quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

QUEM FOI RUSSEL?


"Milhares de leitores dos escritos do Pastor Russell acreditam que ele ocupava a posição daquele 'servo fiel e prudente' [Mateus 24: 45], e que sua grande obra estava provendo à Casa dos Fiéis o alimento em tempo apropriado. Sua modéstia e humildade o impediam de proclamar abertamente esse título, mas ele o admitiu em conversa particular." 
- A Sentinela de 1/12/ 1916, p. 357  (em inglês)
"... o escravo fiel e discreto, Pastor Russell."
- O Mistério Consumado, 1917, p. 418  (em inglês)
"As Escrituras indicam que Russell foi escolhido pelo Senhor desde seu nascimento. Os dois mais proeminentes mensageiros foram [o apóstolo] Paulo e o Pastor Russell. Russell é o servo de Mateus 24: 45-47."
- A Sentinela de 1/12/ 1916, p. 6159  (reimpressão em inglês)
"... Em essência, mostramos que a Sociedade é uma organização inteiramente religiosa; que os membros aceitam como seus princípios de crença a santa Bíblia, conforme explicada por Charles T. Russell;..."
Anuário de 1976, p. 106 (em português)
"Todos os Estudantes da Bíblia, seguidores do Pastor Russell,..."
- O Mistério Consumado, 1917, p. 126  (em inglês)
"Não há nada na verdade presente de hoje alguém que possa honestamente dizer que recebeu conhecimento do plano divino de qualquer outra fonte que não o ministério do irmão Russell... Então, repudiá-lo ou à sua obra equivale a repudiar o Senhor..."
- A Sentinela de 1/5/1922, p. 132  (em inglês)
"Quando interrogado sobre quem era o 'servo fiel e prudente', Russell respondia, 'Alguns dizem que sou eu enquanto outros dizem que é a Sociedade; ambos são verdadeiros, já que Russell era, de fato, a Sociedade."
- A Sentinela de 1/3/1923, p. 68  (em inglês)
" [As Testemunhas de Jeová] ...tinham de ser libertadas de... idéias e práticas da religião falsa... Algumas exaltavam criaturas, entregando-se a um culto de personalidade ligado a Charles T. Russell, o primeiro presidente da Sociedade Torre de Vigia..."
- A Sentinela de 1/5/1989, p. 3  (em inglês)

Comentário 1: 
     O livro Proclamadores (1993) - publicado pelas Testemunhas de Jeová - admite, na página 143, que embora Russell não fosse inicialmente adepto da idéia de um indivíduo como representando o 'servo fiel e prudente' de Mateus 24: 45, mas de uma coletividade, ainda assim ele não rejeitou esta crença em torno dele. Na verdade - diz o livro - este ensino foi advogado pelos Estudantes da Bíblia por 30 anos. Conseqüência: o nome de Russell tornou-se símbolo de um desmedido culto a personalidade. A própria organização confirma isso no último trecho transcrito acima. Ao que tudo indica, a primeira pessoa a sugerir essa idéia foi a esposa do 'pastor', a qual confirmou esse pensamento em uma reimpressão de A Sentinela de 1906. Pouco tempo depois, ela se separaria judicialmente dele (acusando-o de negligência e crueldade). Ainda segundo o livro Proclamadores, Russell teria declinado dessa prerrogativa gloriosa na edição de 15/7/1906 de A Sentinela. Todavia, nesta mesmíssima matéria, embora negando superioridade, ele, paradoxalmente, classifica a si mesmo como "porta-voz de Deus".  A data de alguns documentos também mostra que o culto a personalidade prolongou-se até os anos 20 - bem depois de Cristo ter supostamente escolhido a Sociedade como seu "Escravo Fiel", em 1919. A forma como o assunto é freqüentemente abordado nas publicações das Testemunhas de Jeová parece sugerir que a Sociedade Torre de Vigia nada tinha a ver com essa transgressão. Com a finalidade de esclarecer essa questão de maneira incisiva, reservamos para o final a mais pungente prova documental daquilo que parece ir bem além de um 'culto a personalidade' por parte de alguns fiéis. Queira o leitor observar o que diz - sob o título "Um Tributo Pessoal ao Pastor" - a edição de A Sentinela de 1/12/ 1916, p. 6150  (reimpressão em inglês), conforme a cópia abaixo:

Tradução:
"'Ó Senhor, na tua força se alegra o rei; E quanto deseja ele jubilar na tua salvação! Deste-lhe o desejo do seu coração e não retiveste o anseio dos seus lábios. Selah. Pois passaste a ir ao encontro dele com bênçãos de bem e a por-lhe na cabeça uma coroa de ouro refinado. Pediu-lhe vida. Tu lhe deste, longura de dias por tempo indefinido, para todo o sempre. Sua glória é grande na tua salvação. Puseste sobre ele dignidade e esplendor. Pois o constituis altamente abençoado para todo o sempre. Tu o fazes regozijar-se com a alegria da tua face.' Salmos 21: 1-6."
"Realmente, estas palavras aplicam-se com precisão ao nosso amado Irmão e Pastor!"
"Charles Taze Russell, tu foste, pelo Senhor, coroado como rei; e através das eras eternas teu nome será conhecido no meio do povo, e teus inimigos virão e adorarão aos teus pés."

Comentário 2: 
     Vemos aqui uma das mais assombrosas declarações já publicadas pelo 'Escravo Fiel e Discreto' - a Sociedade Torre de Vigia. Foi lançada logo após a morte de Russell e servida ao rebanho de fiéis como 'alimento espiritual no tempo apropriado'. Cremos que mais de 99% das Testemunhas de Jeová, hoje em dia, jamais leram a declaração acima. Nem jamais imaginariam que sua Organização pudesse publicar algo semelhante. Provavelmente, o teor chocante deste documento fará a Testemunha mediana presumir - e desejar, até - que se trate de uma falsificação. É compreensível que seja assim, pois esta evidência derruba por terra a tese da Sociedade de que houve um simples culto a personalidade por parte de alguns membros, uma devoção ao 'pastor', cujas virtudes o destacavam entre os homens de seu tempo. Não foi apenas isso, foi algo muito mais grave. O que vemos aqui é o endosso - por parte dela, a Sociedade - a um autêntico ato de louvor a Russell, com a aplicação a ele  de um Salmo que se sabe representar a Jesus Cristo, coroado pelo próprio Deus. Diante desse documento, parece uma tarefa bastante difícil absolvê-la do envolvimento direto na glorificação de seu fundador - em nível de igualdade a Cristo. Do ponto de vista bíblico, isto equivaleria a, pelo menos, dois delitos gravíssimos: idolatria e blasfêmia. Cremos que as provas aqui expostas, em que o pese a forte impressão que podem produzir no leitor, constituem evidências suficientes para se possa avaliar se o corpo governante das Testemunhas de Jeová possui idoneidade para condenar outras religiões por louvor a criaturas.

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