quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

MENSAGEM OCULTAS DAS TESTEMUNHAS.

     Na edição de A Sentinela de 1 de maio de 1984 (p.24, em espanhol), sob o título "Cuidado com a Música que Degrada", o autor declara:
"Também foram feitas gravações de mensagens antibíblicas, e até demoníacas, mediante uma técnica de gravar dissimuladamente de trás para frente, a qual vários grupos musicais utilizam... [uma] gravação popular, tocada ao contrário, traz a mensagem: 'Cantarei porque vivo com Satanás... É inevitável, meu doce Satanás." Supõe-se que as pessoas normalmente não toquem discos ao contrário. Porém, quando se escuta certo tipo de música, a mente fica exposta a sugestões impróprias e pode absorver idéias antibíblicas ou demoníacas... A mente desprevenida em sentido espiritual pode deixar a pessoa exposta às influência de demônios."

     A partir dos comentários acima, a Sociedade Torre de Vigia demonstra que está bem a par da existência daquilo que se denomina 'mensagem subliminar', a qual consiste na introdução sutil de informação oculta em qualquer via de comunicação, seja som ou imagem. Na publicação Despertai! de 22 de setembro de 1994 (pp. 7-8), a organização volta a abordar o assunto, dessa vez atacando a música tipo 'rock pesado', classificando-a como um instrumento a serviço do satanismo. Na idade média acreditava-se que uma das características dos bruxos era a habilidade de falar de trás para frente. No século 20, a técnica de introduzir mensagens gravadas ao contrário na música (backward masking) é uma prática que data dos anos 60, tendo servido a diversos objetivos, desde simples brincadeira até propósitos escusos. Comenta-se que até os Beatles lançaram mão deste recurso (final da canção I´m so Tired, 1969). Na Bulgária, o uso de áudio com mensagens subliminares foi aplicado à aprendizagem de idiomas e matemática. Todavia, como dissemos, as mensagens subliminares não freqüentam apenas o áudio, mas também o vídeo. Alguns pesquisadores afirmam que o uso de figuras subliminares remonta ao renascimento, desde os afrescos da capela cistina, pintados por  Miguelângelo. Elas também foram supostamente encontradas em diversas obras de artistas famosos. Até em anúncios publicitários modernos, há rumores do uso deste recurso. Diz-se que, na década de 50, os fabricantes de Coca-Cola introduziram imagens de seu produto - a uma duração de um trigésimo de segundo cada uma - em uma película cinematográfica exibida em New Jersey, o que supostamente resultou em um incremento de 58% nas vendas.
     A forma como a mente humana reage a mensagens subliminares foi objeto de estudo de alguns médicos desde os tempos de Sigmund Freud - o conhecido 'pai da psicanálise'. Um contemporâneo dele, o Dr. Poetzle, realizou experimentos e registrou suas conclusões sobre o efeito das mensagens subliminares sobre o ser humano. Em 1957, a obra Hidden Persuaders [Persuasivos Ocultos] - de Vance Packard - deu grande destaque ao tema, sendo recebida inicialmente com certo ceticismo. Entretanto, alguns anos depois, a atitude do público mudou e, de lá para cá, muito já se escreveu sobre o tema. O assunto despertou o interesse de psicólogos e de autoridades. Muitos têm questionado a ética em aplicar tal recurso, já que, segundo se sabe, a mensagem captada de forma tão sutil, pelo subconsciente de cada um, poderia escapar ao senso crítico da vítima, transmitindo-lhe de forma eficaz idéias que ela, de outro modo rejeitaria. 
     O artigo de maio de 1984 de A Sentinela não seria o único daquele ano a tratar deste assunto. A edição de 1 de setembro (p. 20, em inglês) anunciou o seguinte:
"Até as publicações da Sociedade Torre de Vigia têm sido objeto de rumores - por exemplo, de que um dos artistas havia estado introduzindo secretamente figuras de demônios nas ilustrações, tendo sido subseqüentemente pego e desassociado... Certamente, o rumor a respeito das publicações da Sociedade foi danoso, bem como calunioso."
     A matéria acima refere-se a denúncias - ou rumores, como prefere o autor - de que, em diversas figuras publicadas na literatura das Testemunhas de Jeová,  podiam-se distinguir imagens subliminares, sutilmente introduzidas com algum propósito. Produto da imaginação de alguns ou não, o fato é que tais 'rumores' vieram de diversas partes do mundo. Trata-se de matéria polêmica, tendo, de um lado aqueles que afirmam que tudo não passa de coincidências e, do outro, os que sustentam que a freqüência com que se têm encontrado tais figuras é demasiado alta para deduzir que se trate de simples acaso. A organização não mais pronunciou-se sobre a questão. Todavia, em pelo menos alguns casos, o ceticismo cede lugar ao questionamento ou, pelo menos, a suspeita. Algumas figuras foram alteradas ao serem lançadas em exemplares de outras línguas ou foram reformuladas ao serem exibidas em outras publicações. 'Com qual finalidade?', pergunta-se. Outras ilustrações parecem adquirir formas fantasmagóricas, relacionadas ao ocultismo. Seria pura coincidência? É um tema aberto à discussão. Convidamos o leitor a visitar um endereço que trata detalhadamente deste curioso tema e tirar suas próprias conclusões. Trata-se de um site em espanhol -   http://www.geocities.com/Athens/Ithaca/5974/subliminal1.html . Lá, um artigo, escrito originalmente em francês, disseca os fundamentos dessa área de estudo e contém farta galeria de fotos - aquelas que motivaram a discussão. A razão de mencionarmos tal assunto é por ele guardar estreita relação com o objeto de investigação deste artigo.
     É certo que toda Testemunha de Jeová hoje em dia busca - a exemplo dos membros de outras denominações cristãs - manter-se longe de qualquer forma de ocultismo,  fazendo-o com sinceridade. Mas também é certo que a esmagadora maioria delas desconhece completamente o passado duvidoso de sua organização. Elas desconhecem a formação mística do fundador de seu movimento, C.T. Russell ; desconhecem seus vínculos com organizações esotéricas; desconhecem seu envolvimento com astrologia ; desconhecem sua doutrina sobre a salvação de demônios ; desconhecem seu envolvimento com frenologia e fisiognomia ; desconhecem seu túmulo adornado por uma pirâmide e ao lado de um complexo maçônico; desconhecem o teor de seus discursos junto à Pirâmide de Gizé e na Loja Maçônica de Pasadena ;  desconhecem o significado dos diversos símbolos esotéricos utilizados pela organização ao longo de sua história; desconhecem o passado de possessões demoníacas do editor-chefe de uma das revistas da Sociedade Torre de Vigia; desconhecem a teoria da retirada do espírito santo em 1918; desconhecem a tese da comunicação com anjos; desconhecem o endosso de dispositivos inúteis e ligados ao ocultismo; desconhecem o endosso de obras 'psicografadas'; desconhecem, enfim, os mais graves episódios em que sua instituição esteve em pleno 'romance' com o oculto.
     Tem sido política da Sociedade Torre de Vigia rejeitar instituições, folclore, símbolos, costumes ou tradições com base exclusiva em suas origens primitivas. Essa é a razão pela qual as Testemunhas de Jeová são impedidas de entrar em qualquer templo religioso que não o seu próprio ou de participar de celebrações como Natal, Dia das Mães ou dos Pais, Dia dos Namorados ou aniversários natalícios. O caráter fraterno dessas ocasiões não conta, é sobrepujado por sua 'origem'. Da mesma forma, as Testemunhas rejeitam associar-se à Cruz Vermelha ou quaisquer organizações filantrópicas que tenham uma origem, ainda que remota, questionável sob o ponto de vista de sua organização. Isso é visto, entre elas, como evidência do mais alto grau de pureza cristã. A organização enfatiza repetidamente esta filosofia. Todavia, tal mentalidade, se aplicada à risca, acabaria por lançar vitupério sobre as próprias Testemunhas de Jeová, pois, além do uso de símbolos como a torre de vigia (originalmente ligada ao ocultismo), elas também portam objetos como aliança de casamento - também de origem pagã. Na verdade, se fôssemos em busca da origem de cada termo ou utensílio do nosso cotidiano, muito freqüentemente os encontraríamos vinculados à cultura de nações ditas 'pagãs'. Se os rejeitássemos sistematicamente por este motivo, cada aspecto de nossa vida - de vocabulário a vestuário - seria sobrecarregado de restrições sem sentido, o que talvez inviabilizasse a vida em sociedade. Como diz Ray Franz, em sua obra In Search of Christhian Freeedom [Em Busca de Liberdade Cristã], p. 274:
"Muito é feito da 'origem pagã' de várias práticas e itens ligados a alguns feriados. Ainda assim,sendo realísticos, qualquer significado 'pagão' que possam ter tido, este já desapareceu há muito tempo... os dias da semana envolvem nomes de objetos pagãos de adoração, o sol, a lua, e deuses e deusas... O mesmo se dá com os nomes dos meses. Mesmo assim, nós hoje empregamos estes nomes sem a menor noção de sua 'origem pagã'. Na verdade, a maioria das pessoas estão totalmente inconscientes de sua fonte 'pagã'. Isso é similarmente verdadeiro com respeito as várias decorações e costumes relacionados a muitos feriados. Enquanto coloca grande ênfase no fator 'origem pagã', a Sociedade Torre de Vigia simplesmente releva isso em outras áreas..." 
        As Testemunhas de Jeová não se apercebem de que, ao rejeitarem certas coisas com base exclusiva no critério da 'origem pagã', ao passo que deixam passar diversas outras, estabelecem aquilo que se convencionou chamar 'dois pesos e duas medidas'. Deveras, a organização parece instituir até hoje dois critérios - um para avaliar a si própria e outro para avaliar as demais instituições. Costumes populares - totalmente incorporados à cultura dos povos -, bem como denominações religiosas devem ser rejeitados por causa de sua origem pagã, mesmo que tal fonte há muito tenha sido esquecida. Por outro lado, a Sociedade Torre de Vigia, nascida do Adventismo do século 19, do esoterismo de Russell, da piramidologia, das mensagens 'angelicais' de Rutherford, das idéias surreais de Clayton Woodworth e da simbologia pagã da maçonaria e de outras sociedades esotéricas, deve ser aceita plenamente - sem se tomar em conta seu passado comprometedor e sua 'origem pagã'. Se seus adeptos não mostrassem para com ela mais benevolência do que ela própria tem para com outras denominações, dificilmente haveria hoje milhões de Testemunhas de Jeová pelo mundo. Certamente é um direito delas desconsiderar o passado de sua religião como é direito de milhões de membros de outras denominações religiosas desconsiderar o passado da religião delas. Todavia, entendemos que a ignorância do passado inexoravelmente compromete a lucidez da escolha, pois como perdoar se não se sabe o quê? Como avaliar se a decisão que se tomou - às vezes com conseqüências vitalícias - foi acertada se faltaram subsídios vitais para a sua formulação e a fonte que deveria prover tais subsídios, na verdade, obscureceu sua percepção?
     Cremos que os fatos aqui expostos têm muito que ver com a vida de cada Testemunha de Jeová e talvez suas graves implicações induzam pessoas sinceras a reconsiderar sua postura diante da religião que abraçaram - até porque, cremos, relevantes fatos que teriam sido incorporados ao processo de conversão delas foram, até a leitura deste artigo, completamente omitidos ou 'pasteurizados' sob uma ótica piedosa e provincialista. Diversas questões - diante do que foi visto - deveriam vir à mente:
  • Teriam as verdades do primitivo cristianismo sido 'revividas' no final do século 19, por meio de uma organização infestada de paganismo, tradições mundanas e símbolos ocultistas?
  • Teria Cristo, ao observar todas as religiões do mundo, no período de 1914 a 1918, escolhido para representá-lo - dentre milhares - justamente uma que ensinava piramidologia, advogava o perdão para demônios, combinava cristianismo com astrologia, celebrava feriados supostamente pagãos, mantinha laços estreitos com a maçonaria e com seus símbolos místicos e induzia milhares a  acompanhá-la em suas superstições antibíblicas?
  • Teria o Espírito Santo de Deus 'dirigido' uma organização que professava não ter, desde 1918, a sua iluminação?
  • Teria Cristo mantido sua bênção sobre a organização que o representava, enquanto ela "comia à mesa de demônios", endossando crenças e práticas ocultistas por mais de 50 anos?
  • Se um cristão sincero, tomando conhecimento da existência de tais práticas, 'tropeçasse' em sua fé e rejeitasse à organização, a quem caberia a responsabilidade - a Cristo ou à própria Sociedade Torre de Vigia?
  • Pode uma religião que 'brotou' de tal solo contaminado ser hoje a 'única genuína organização cristã'?
     Estas são, certamente questões que merecem a mais relevante consideração. Jó 14: 4 diz: "Quem pode, de alguém impuro, produzir alguém puro? Nem sequer um." Cremos que, ante os fatos, o leitor já tem, por si mesmo, condições para avaliar com lucidez os pontos acima e discernir se a luz pode, afinal, provir da escuridão, pois o apóstolo João dizia:
     "...Deus é luz e não há nenhuma escuridão em união com ele."  - 1 João 1:

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